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Polonnaruwa - está um elefante junto à rede!

Para a nossa estadia em Polonnaruwa resolvemos escolher um alojamento um pouco melhor. Tínhamos ficado um pouco desiludidos com o último e, tendo em conta o calor que se fazia sentir naquela zona, uma piscina era um requisito que considerámos importante naquele dia. Como tal, foi esse o principal critério de pesquisa.

Descobrimos um hotel, o Thidas Arana Lake, um pouco afastado do centro, mas que se situava literalmente num lago onde, prometiam eles, passavam muitas vezes elefantes. Era um 4 estrelas mas estava a metade do preço normal por estarmos a reservar na véspera, por isso aproveitámos.

Saímos cedo de Sigiriya com as mochilas às costas e caminhámos o quilómetro que o senhor da guesthouse nos disse até à estrada principal, que na verdade devem ter sido dois, mas chegámos a uma paragem. Tínhamos um papel com os nomes do sítio para onde íamos e onde tínhamos de trocar. Pedimos ao motorista, o mesmo do dia anterior, para nos avisar de quando trocar e assim foi. Na terrinha toda a gente nos perguntava para onde íamos e apontavam para a "paragem". Pouco depois passou um autocarro e o cobrador, meio em andamento, perguntou para onde íamos, e mandou-nos subir. Foi o primeiro autocarro azul, que descobrimos aí serem os mais modernos, com videoclips ou concertos a passar no ecrã, e decorados com vinis temáticos. Também eram mais caros. Mas a diferença para os dois nem chegava a um euro.

Quando nos aproximamos do nosso hotel pedimos ao cobrador para nos indicar a paragem, mas não resultou. Acabámos por sair só na seguinte e tivemos de andar 2 km até ao hotel. O olhar dos funcionários quando chegámos a pé de mochilas às costas foi de estranheza. Aparentemente as pessoas não chegam assim a hotéis de 4 estrelas, mas passado o primeiro choque receberam-nos bem. Deixaram-nos fazer logo o check-in e ainda não eram 11 da manhã.

A primeira coisa depois de vermos o quarto [de 4 estrelas apenas no Sri Lanka] e de contarmos as osgas na parede, foi dar um mergulho na piscina. Afinal as ruínas não fugiam de nós. Depois alugámos as bicicletas no hotel, bem mais caras que no centro, mas se assim não fosse teríamos de gastar o dinheiro em tuk-tuk na ida e na volta, e fizemos os 4 km que nos separavam do centro de Polonnaruwa.


Polonnaruwa é uma pequena cidade também típica. Muito trânsito, suja e toda em obras. Tínhamos fome por isso entrámos no primeiro restaurante que vimos: um só com locais, daqueles onde se pega no prato e nos servimos do que está na bancada. O senhor, a nós, até pôs uma toalha na mesa e deu-nos talheres e guardanapos. O certo é que a comida era óptima e super barata.


Depois fomos comprar os bilhetes para visitar as ruínas, que se compram no centro, bem longe da entrada. Ainda entrámos no museu que era junto à bilheteira mas demos por nós a olhar para fotos do que íamos ver a seguir e desistimos. Seguimos para a entrada dos monumentos.


O espaço é muito giro, muito verde e com sombras, e o conceito de passear entre as ruínas de bicicleta é muito engraçado. Mais uma vez, tenho a certeza que esta visita feita com um guia seria muito mais interessante, mas também seriam precisas mais horas, porque ainda passámos umas 3 ou 4 horas lá dentro. Mas também confesso que ao fim de um bocado já eram só mais umas ruínas e já cansava um pouco.

A um grupo do fim decidimos ir embora porque estava quase a pôr-se o sol e nós queríamos estar no hotel a essa hora com esperança de ver elefantes. Decidimos ir embora, mas à saída, quando mostrámos o bilhete ainda com uma das tirinhas lá [eles cortam à medida que vamos visitando], o senhor mandou-nos voltar para trás porque tínhamos MESMO de ver o "Standing Budha". Pedalámos a toda a velocidade para trás e quando achávamos que estávamos no sítio certo para ver o "sleeping Budha" [porque nos esquecemos do nome], os senhores dizem-nos que ainda é mais para trás.

Já um pouco fartos de Budas naquele dia, decidimos ir embora e dizer aos senhores que ficava para a próxima visita. Pedalámos novamente que nem uns doidos por atalhos que o maps.me nos dava e chegámos ainda de dia ao hotel. Mas nem sinal de elefantes. Aproveitámos na mesma a piscina, um pouco desiludidos.

Quando escureceu fomos para o quarto e tentámos usar internet, mas sem sucesso. Chamámos o senhor pelo telefone que ficou de ir lá resolver o problema. Passado uns minutos batem à porta e o Pedro foi abrir para o senhor resolver o problema. Mas o senhor não entrou e disse: está um elefante junto à rede. Vestimo-nos à pressa, para não irmos muito destapados por causa dos mosquitos, já que ainda não tínhamos posto repelente, e saímos a correr.

Os senhores pediram para não ligar logo as luzes, que eles depois ligavam. Foi muito emocionante ter um elefante a dois metros de nós, especialmente por saber que ele estava em liberdade. Quando chegaram todos os hóspedes, ligaram holofotes enormes, a apontar mesmo para o elefante. Pensámos que iria fugir mas não, ficou ali calmamente a comer as folhas de palmeira que os senhores do hotel lhe atiravam.

Depois disseram-nos que havia outro na parte lateral de hotel. Fomos vê-lo. Este tinha relva por cima da cabeça e costas, o que lhe dava um ar cómico. Começámos a ver umas manchinhas lá ao fundo, em movimento. Muito lentamente mas mexiam-se. Com a máquina fotográfica conseguimos perceber que eram mais 6 elefantes. Foram-se aproximando devagarinho, até que ao fim de uma meia hora, ficaram todos junto à rede.

Foi sem dúvida uma das melhores experiências desta viagem. Apesar de sabermos que eles se aproximam porque lhes dão comida, aproximam-se porque querem e vão embora da mesma maneira que aparecem. E não há melhor experiência que ver os animais em liberdade no seu habitat!


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