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Sri Lanka, a visita relâmpago a Colombo

Desta vez comprámos um voo directo de Londres para Colombo o que encurtou bastante o tempo de viagem. Como a escala também foi pequena em 16 horas chegámos ao nosso destino.


A Sri Lankan Airlines é um companhia simples, sem grandes luxos, mas com bancos confortáveis e óptima comida. Não consegui dormir muito durante a viagem, o que foi mau para o jet lag porque chegamos a Colombo às 5 da manhã.


Tínhamos reservado táxi com o hotel e, após uma pequena busca pelo aeroporto, lá encontrámos o rapaz com uma placa com o meu nome. A primeira impressão do Sri Lanka foi o calor que já se fazia sentir com força àquela hora e os bandos de corvos, a ave mais comum no país. O rapaz, que parecia inofensivo, transformou-se ao começar a conduzir. O trânsito é louco, as pessoas são loucas a conduzir. Apanhámos o início da hora de ponta da manhã pelo que a viagem do aeroporto até ao hostel, de 35 km, demorou mais de uma hora. Várias vezes tememos pela nossa vida e pela de outras pessoas, em geral de peões. Ele ultrapassava aparentemente sem olhar, metia-se à frente de camiões e passava por espaços onde não parecia haver espaço nem para um tuk-tuk, quanto mais para um carro. Percebemos mais tarde que aquela é a forma de conduzir, tal como já falei aqui.


O hostel onde ficámos, o Star Anise Boutique Capsules, localizado em Colombo Fort, onde estão concentrados os poucos pontos turísticos da cidade, tem dormitórios de beliches de casal em cápsulas na parede. Ainda pensei que pudessem ser um pouco claustrofóbicos mas, na verdade, são bastante espaçosos e confortáveis. Têm uma cortina que permite ter alguma privacidade. Claro que têm o inconveniente de se ouvir as outras pessoas, que nem sempre percebem o conceito de partilhar um quarto. Mas é um bom local para se passar uma ou duas noites.


Chegámos já eram quase 7 e esperámos pelo pequeno-almoço antes de dormirmos um pouco: nooddles cozidos com um molho altamente picante - bem-vindos ao Sri Lanka!


Por volta das 11 saímos e o calor na rua era sufocante. Mas seguimos a pé para o primeiro ponto - o antigo farol que está localizado no centro de Fort Colombo. Passámos pelo Old Dutch Hospital, que agora é uma área de restauração, apenas mantém a arquitectura antiga. Entretanto um homem que dizia ser de origem Portuguesa e até nos mostrou o bilhete de identidade para provar que tinha um nome português - Dominik - tentou vender-nos a história do aniversário do Buda, que tinha uma cerimónia ao meio dia e que tínhamos de ir rápido. Claro que não fomos, até porque o Pedro já tinha lido sobre esse esquema para levar turistas para as lojas dos amigos.


Seguimos para o farol mais recente à espera de percorrer uma marginal até lá. Mas não. Apenas vimos areia a perder de vista, muitas obras que tapavam o mar e camiões a levarem material para construir. Aliás, aquela zona estava toda em obras, com muitos arranha-céus a serem construídos.


Sem sombras pelo caminho, chegámos ao farol que, além de ser vigiado por um militar, tinha canhões apontados ao mar, o que dava a sensação de ser mais um ponto militar que um farol. Ainda continuámos pela estrada em direcção a um jardim que depois descobrimos ser parte da residência oficial do presidente e, como tal, não nos deixaram entrar. Voltámos para trás e desta vez continuámos pela marginal, na Face Galle Green, onde planeávamos ver o pôr do sol mais tarde. É uma rua pedonal, com uma grande área de relvado (ou terra que já foi relvada) e algumas barraquinhas que vendem petiscos e bebidas, onde os habitantes de Colombo se juntam para ver o pôr do sol. Ao início, os edifícios parecem estar próximos, mas à medida que vamos andando parece que eles se vão afastando e nunca mais lá chegamos. A falta de sombras não ajuda e a fome também já começava a apertar.


Assim que chegamos ao final do relvado entrámos para a rua principal em busca de um restaurante, mas a rua apenas tinha hotéis, bancos e empresas em prédios enormes. Acabámos por ver um centro comercial e procurar lá comida. E havia, especialmente muitas opções asiáticas. Fomos para um que dizia comida do Sri Lanka porque não queríamos que a primeira refeição fosse doutro país. Claro que fomos logo enganados, perguntaram-nos se queríamos umas coisas fritas e como dissemos que podia ser cobraram-nos logo mais uns quantos rupias. Mesmo assim não foi caro; a comida é, em geral, bastante barata. Além de barata, é, em geral, muito picante. A parte positiva é que me habituei rápido e até voltei a gostar de picante.


Com alguma dificuldade, lá saímos do ar condicionado do centro comercial e seguimos para o South Beira Lake. Contornámos o lago e visitámos o Seema Malakaya Meditation Centre, porque o bilhete servia também para o Gangaramaya Temple. O primeiro é um ponto altamente turístico, não me parece que alguém o utilize realmente para meditar, mas é um ponto bastante fotogénico. O segundo, a uns 300 metros do lago, é uma confusão. É grande e tem vários espaços a visitar - além das salas normais dos templos, tem várias estátuas na rua, uma replica do Borobudur, na Indonésia, uma zona de meditação junto a uma árvore enorme, um museu, uma sala de relíquias, tudo com muita tralha pelo meio e, aparentemente, casas onde vivem pessoas.


Fiquei logo mal impressionada à entrada porque vimos um elefante acorrentado a sair para a rua. Além de um grande susto, fiquei triste por ver um elefante naquelas condições. Lá dentro existem ainda alguns exemplares embalsamados, alguns só com a cabeça. Depois não conseguimos ver o templo como deve ser porque começou a chover torrencialmente e a trovejar. Ficamos retidos numa parte do templo porque só havia duas formas de chegar ao local onde estavam os nossos sapatos - ou pela chuva ou por dentro do templo onde estava a decorrer um casamento budista.


Esperámos quase 1 hora até acalmar a chuva e lá fomos apanhar o primeiro tuk-tuk para voltar ao hostel, porque não iria haver pôr do sol para ninguém.


Saímos apenas para ir até à estação de comboio, comprar os bilhetes para o dia seguinte, passando por ruas sem qualquer luz. Tivemos de acender as lanternas dos telemóveis para passar nas passadeiras, com medo que os carros não nos vissem. Nem vou falar do estado em que ficaram os pés, nem das mil poças de água que pisamos sem ver.


O jantar foi num restaurante próximo do hotel. Um restaurante de locais, cheio de homens. As únicas mulheres eram turistas e muito poucas. Apesar de tudo, não senti qualquer tipo de discriminação e falaram comigo da mesma forma que com o Pedro. Foi a minha primeira experiência do que viria a ser o nosso prato favorito do Sri Lanka, o Kottu Roti.


Colombo foi o local que menos gostámos no Sri Lanka, mas já o esperávamos, daí só termos ficado mesmo o primeiro dia. Não nos arrependemos em nada desta decisão, assim como também ficámos felizes em ter sido o primeiro sítio que visitámos. Deixar para o fim teria estragado um pouco o final da experiência, apesar de termos lá passado na volta e ter sido um momento um pouco stressante, mas isso fica para outro post!


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