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Afinal a Escócia não é verde!

Esta viagem foi pensada pouco tempo depois da volta de Dublin. Na altura estava um pouco decepcionada com a viagem que tinha acabado de fazer e, como ainda não havia nada planeado para o Verão, em que só teríamos 13 dias de férias, comecei a procurar pequenas viagens. Na verdade, não queríamos cidades. A última não nos tinha satisfeito. Mas fazer uma viagem de poucos dias, sem ser em cidade e com um orçamento reduzido não aparentava ser fácil.


Nas minhas pesquisas que encontrei um voo para Glasgow a um preço simpático e fiz logo um estudo de todos os gastos que teríamos em 5 dias de viagem, desde alojamento, a aluguer de carro e preço do combustível. Ficou logo fora de questão. Mas na verdade não desisti da ideia. Continuei a matutar no assunto para ver se seria possível fazer a viagem com menos dinheiro. E eis que surgiu uma ideia: “P. e se acampássemos na Escócia?”, “Está bem, vamos!”. E fomos! Voámos do Algarve porque já lá estaríamos e ainda voltaríamos para uns dias de praia antes do regresso a Lisboa. Pagámos uma mala de porão (algo que só tinha feito quando fiz Erasmus) para levar o material de campismo e a comida instantânea para os jantares, que ainda saiu um pouco cara mas permitiu poupar algum dinheiro lá.


Para primeira noite tivemos de reservar alojamento porque chegaríamos depois da meia noite e só na manhã seguinte poderíamos levantar o carro. Ficámos o mais próximo possível do aeroporto, numa guesthouse com um preço simpático (para a Escócia claro). O dono do alojamento, um russo de poucas falas, foi-nos buscar à noite e levar de volta de manhã também por um preço simpático e assim começou a nossa exploração daquele país que prometia muito verde.


O itinerário estava mais ou menos traçado, mas como não tínhamos alojamento marcado, andámos ao sabor do vento (e da chuva). Acabámos por visitar zonas que inicialmente não esperávamos e não ficar noutras que estavam no plano. Mas isso fica para os próximos posts.


Apanhámos chuva, como esperávamos. Na verdade, apanhámos muito mais chuva do que esperávamos. Mas também houve sol. E lagos. E praias. E montanhas. E verde, muito verde. Mas na verdade descobrimos que a Escócia, ao contrário do que pensávamos, não é verde. A Escócia é amarela, é lilás, é branca, é cinzenta, é azul. Até é arco-íris. A Escócia é de todas as cores.


A Escócia é difícil de descrever em palavras. É difícil de mostrá-la em fotografias. Olhamos para a fotografia e sabemos que não foi aquilo que vimos. É um pouco frustrante. Mas a Escócia é assim, não basta vê-la, é preciso, acima de tudo, senti-la! A Escócia entra-nos pelos poros e fica presa a nós, faz-nos querer mais e mais, mesmo que chova torrencialmente, mesmo que nos faça fugir da tenda para o carro às 4 da manhã, mesmo que tenhamos de desistir de olhar para uma paisagem por causa dos malditos midges (prometo falar deles mais tarde).


Ir à Escócia tem sempre uma sequela: querer fortemente voltar àquele país!


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