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Dublin e Howth, a viagem que valeu pela amizade

Assim que soube que o 1 de Maio ia ser à segunda feira comecei a pesquisar viagens e surgiram duas hipóteses com preços e horas simpáticas, Dublin e Berlim. Optámos por Dublin. Optámos também fazer uma viagem diferente e convidar amigos a juntarem-se a nós. Quatro deles alinharam.


Mas esta viagem estava enguiçada. Começou com a marcação no Airbnb que afinal foi uma burla e com a qual perdemos mais dinheiro do que tínhamos pago de voo. Ultrapassado o choque inicial reservamos um hostel para todos. Mais uma vez a sorte não estava do nosso lado e, num dia em que tinha deixado o telemóvel em casa, cancelaram-nos a reserva por causa do cartão de crédito. Quando vi o mail já tinham passado algumas horas e já não havia vagas para todos.


Resultado, a única hipótese possível dado os preços exorbitantes de alojamento foi: eu e o P. ficarmos num hostel, a M. e a C. noutro muito próximo do nosso, mas em quartos separados e o D. e a R. ficaram num Airbnb um pouco mais afastado mas que era possível ir a pé.


Combinámos um ponto de encontro na maior avenida, a O'Connell Street, junto a um posto de turismo. Depois de meia hora à espera uns dos outros percebemos, num olhar mais atento ao mapa, que havia uns 5 postos de turismo nesta rua e nós estávamos no errado. O senhor do posto de turismo foi extremamente útil. Quando perguntamos o que ver em dois dias fez uma bola em todos os monumentos que estavam marcados no mapa!


E assim, todos juntos e cheios de mapas iniciámos a nossa visita a Dublin pelo lado norte da cidade. Passámos pela destilaria da Jameson, mas era demasiado caro e continuámos em direcção ao Phoenix Park, um dos maiores parques da Europa. Depois de uma voltinha seguimos para o lado sul do rio, para a área medieval. Passeamos um pouco por essa zona e acabámos mais uma vez por visitar tudo apenas por fora porque os preços de entrada eram muito altos.


À noite jantamos na zona do Temple bar e fomos a um Pub beber a primeira Guiness. A noite acaba cedo e o cansaço venceu ainda mais cedo.


Tínhamos decidido ir a Howth, uma península a cerca de 15 km de Dublin onde há percursos mesmo junto ao mar, no domingo porque assim não havia hora de regresso obrigatória como na 2ª. Descobrimos que não havia comboio, a forma mais fácil de ir até lá, porque havia obras na linha. Como havia um autocarro para lá decidimos ir no segundo, por volta das 9. Mas a falta de sorte resolveu dar um ar de sua graça. No placar com o tempo que faltava para o autocarro ele simplesmente desaparecia sem passar. Depois passava mas não parava porque já ia cheio. Estivemos cerca de 1h30 na paragem a dizer bem da nossa carris até que resolvemos apanhar um táxi, mas não conseguimos porque só passavam táxis de 4. Por volta das 12h00 desistimos e deixámos o passeio para o dia seguinte.


Passámos pela universidade Trinity e pelos seus enormes jardins e seguimos para a Grafton Street, uma rua pedonal de lojas onde almoçámos. À saída a chuva resolveu aparecer e acabámos a visitar o jardim St. Stephen's Green de capas impermeáveis vestidas. Seguimos para a fábrica da Guiness, o único sítio onde acabámos por entrar. A fábrica em si, comparada com a da Heinken, é muito fraca e não vale o preço (18€, mas é possível em certas horas comprar mais barato na net). Valeu apenas a vista no bar panorâmico, quando se conseguia chegar às janelas dada a quantidade de gente.


Quando saímos tentámos jantar um prato típico: fish and chips. Mas eram 20.15 e em todo o lado nos diziam que a cozinha já tinha fechado, que era muito tarde. Depois de muito tempo às voltas, indecisões, sentar num restaurante indiano, sair do restaurante indiano sem ter pedido nada, lá nos decidimos por um restaurante bem diferente do que procurávamos, mas com comida muito boa. Depois de uma volta pela zona do Temple bar fomos descansar.


O dia seguinte começou com más notícias, o D. passou a noite cheio de febre e ele e a R. iam ficar em Dublin porque ele não estava em condições de ir. Fomos os restantes. E valeu bem a pena termos conseguido ir. Na verdade foi aquilo que mais gostei de conhecer. Estava muito sol. O verde e amarelo das plantas contrastavam com o azul esverdeado da água. A imensidão do mar e das encostas fez-nos sentir pequeninos mas ao mesmo tempo grandes.


Fizemos apenas meio percurso porque não havia tempo para um percurso completo. Chegados à cidade ainda demos um passeio de barco que dava a volta a uma pequena ilha chamada Ireland's Eye. Não pudemos parar porque o mar estava demasiado agitado. Almoçámos no jardim onde ficámos a apanhar sol e recuperar do frio que tínhamos tido a manhã toda. E foi hora de regressar, desta vez de comboio, para depois seguir para o aeroporto e dar por terminada esta viagem.


Dublin não me seduziu. É uma cidade com prédios escuros, a maioria de tijolo, com monumentos cinzentos e tempo cinzento. As pessoas também não são muito comunicativas, excepto à noite, e quando comunicam falam baixo e com um sotaque impossível de compreender. Provavelmente todas as más experiências associadas à viagem tenham contribuído para esta minha opinião, mas dificilmente voltaria lá. Além de que o custo de vida é exorbitante.


Howth é realmente bonito mas acredito que a Irlanda tenha paisagens naturais bem mais deslumbrantes. Deve ser um bom sítio para iniciar uma viagem à Irlanda. Ficou a vontade de conhecer a parte natural da Irlanda, mas apenas isso.


Acima de tudo foi uma viagem com amigos bem dispostos e divertidos que fizeram com que todas as contrariedades fossem apenas isso, uma contrariedade sem importância. Tivemos conversas sérias, outras menos sérias. Ri, ri muito, chorei a rir! E é isso que trago no coração desta viagem, bons amigos e recordações felizes!


Ah, e se virem um ovo nalguma foto é o Nando. Conheceu Dublin connosco e ficou a repousar algures no mar junto à Ireland's Eye.


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