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Phu Quoc, a ilha para fazer praia

Das minhas pesquisas já tinha percebido que o Vietname não era um país de praias paradisíacas e não era isso que procurávamos nesta viagem. Mas, vindos do frio de Portugal em Fevereiro e estando num país de clima tropical teríamos de conseguir pelo menos um bocadinho de praia. Também nas minhas pesquisas descobri que no continente não havia praias apetecíveis, mas que havia duas ilhas ainda pouco exploradas com praias bastante aceitáveis: Con Dao e Phu Quoc. A primeira é ainda menos explorada pelo que os voos são um pouco caros e, por isso optámos pela segunda.


E lá fomos. Saindo de Hoi An teríamos de voltar um pouco para norte, até Danang, onde há aeroporto. O voo era só às 22.00 mas para não termos de pagar um táxi particular fomos num transfer que chegou ao aeroporto às 19.00. Entretanto soubemos que o nosso voo tinha sido cancelado e teríamos de ir no voo das 23.00. Ao fazermos o check-in na máquina fomos logo caçados pela senhora da companhia aérea a pedir para pesar as malas. Lá tivemos de trocar coisas de uma mala para a outra (cada uma tinha 11 kg quando o máximo eram 7) e pagar para pôr uma no porão. No meio de tudo isto, numa das contagens do dinheiro achei que me tinham roubado 100€ e só queria chegar ao hotel para desfazer a mala toda e confirmar, o que não iria acontecer assim tão cedo. Foi já na fila para entrar no avião, ainda mais atrasado do que era suposto, que recebi a mensagem do booking a dizer que o hotel tinha sido cancelado. O resto da história já vos contei aqui, no segundo nunca. Deixo-vos apenas as fotos do hotel maravilha, pena não se verem as baratas mortas..


Mas felizmente essa noite acabou e a partir daqui tudo correu bem. Entrámos para o avião com as duas malas, chegámos a horas, pudemos fazer logo o check-in e tomar banho, encontrei os 100€ desaparecidos e aproveitámos ao máximo esta ilha.


A ilha tem algumas praias paradisíacas mas tem um grande defeito: está tudo em obras! Estão a construir uma quantidade infindável de resorts, a transformar a ilha na "punta cana" lá do sítio. O pior é que, todos os resorts ficam com a praia como privativa, o que impede a população de chegar a ela. A única maneira de chegar a algumas praias é ir ao restaurante do hotel e consumir para lá ficarmos e, se para nós foi caro comer num deles, para os vietnamitas é completamente impossível. E as praias são de tal maneira privadas, que a primeira a que fomos (e voltámos nos dias seguintes), se chamava Free Beach Resort. Nesta praia todos podiam chegar, só se quiséssemos usar as cadeiras é que tínhamos de consumir.


Claro que nós, que temos bicho carpinteiro, não ficámos só numa praia. Alugámos uma mota e andámos a percorrer a ilha de cima abaixo. Acho que na verdade passámos mais tempo na mota do que na praia, mas fizemos o que nos deixa felizes. E claro que tivemos as nossas aventuras. Seguimos as indicações do gps e andámos por estradas de terra, se é que se pode chamar estrada aos caminhos por onde andámos. Ficámos sem gasolina porque o senhor do hotel nos disse que estava full e nós achámos que, tal como a mota de Phong Nha, tinha o indicador avariado. Mas não, estava mesmo vazio. Fomos ajudados por um casal de vietnamitas com quem nos entendemos por gestos: ela dizia para levarmos a mota a pé, que a bomba era a 1 ou 2 km; ele foi mais prático, arranjou um tubo e uma garrafa e tirou gasolina da mota dele. Descobrimos praias fantásticas. Descobrimos praias que não eram bem praias, mas sim cadeiras nas rochas. Descobrimos pontes feitas de paus que atravessámos devagar, com um pé de cada vez. Comemos camarões dos grandes como nunca antes tínhamos comido. Bebemos os melhores smothies de sempre, todos os dias. Comemos fruta descascada à nossa frente na praia. Vimos um pôr do sol maravilhoso. Vimos outro pôr do sol ainda mais maravilhoso. Fomos felizes, muito felizes nestes 3 dias.



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