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Phong Nha, o sítio onde me apaixonei pelo Vietname

A viagem de Hanoi para Phong Nha de autocarro é fácil, barata, directa e é feita durante a noite, o que seria o ideal. Mas, na verdade, esta também seria a nossa única hipótese de fazer uma viagem num comboio nocturno e, por influência do programa dos comboios que andámos a ver, queríamos mesmo viver esta experiência. E lá fomos. Entrámos no comboio uma hora antes da partida porque já era noite e só queríamos sair da confusão que é andar na rua em Hanoi. A viagem seria de cerca de 11 horas e, apesar de tudo o que tinha lido sobre atrasos, os horários foram cumpridos. Dormir num comboio é uma experiência engraçada. Não é um sono muito reparador porque acordamos várias vezes com abanões bastante fortes, mas também não é horrível. Os nossos companheiros de cabine eram um casal de vietnamitas, que mais uma vez não falavam inglês.


Chegámos a Dong Hoi, uma pequena cidade repleta de motas, e seguiu-se uma tarefa difícil: descobrir a paragem do autocarro que nos levaria para Phong Nha. Após várias tentativas de falar inglês desistimos e escrevemos apenas Phong Nha no telemóvel e íamos mostrando pelo caminho até encontrarmos finalmente a paragem. Uma hora depois, passando por campos verdes de perder de vista, chegámos ao nosso destino, cansados, a precisar de um banho, mas cheios de expectativa.


E Phong Nha não nos desiludiu. Phong Nha é um parque nacional cheio de montanhas que recortam o horizonte para qualquer lado que olhemos. É difícil descrever Phong Nha em palavras. Ficam as fotos abaixo, apesar das fotos não transmitirem a emoção que se sente ali.


Está na hora de subirem para a mota e virem connosco conhecer este parque. Não sabem conduzir mota? Não faz mal, eu também não, mas sou uma óptima pendura. Venham...


A primeira paragem foi numa gruta, a Phong Nha Cave, que durante a guerra foi utilizada como armazém e como hospital. A visita é feita de barco, na sua maioria conduzidos por mulheres aparentemente franzinas, mas que têm uma força inimaginável. A gruta tem uma entrada pequena, onde só passa um barco de cada vez, mas assim que passamos a entrada a imensidão bate-nos de frente à medida que os nossos olhos se habituam à escuridão.


Depois do almoço escolhemos um dos lados do parque, em direcção ao jardim botânico. Na entrada do jardim dão um mapa muito esquemático com uma caminhada pelo jardim e indicam-nos onde dá para tomar banho. Seguimos as direcções da caminhada até um pequeno lago, mas decidimos não tomar banho porque depois teríamos de continuar a caminhada molhados e a ideia não é muito agradável. Seguimos para a cascata mas nada fazia prever a dificuldade da caminhada. Descemos por um carreiro no meio de pedras, descemos e descemos cada vez mais. Ouvimos a água ao longe, às vezes parece mais próxima, outras parece que nos estamos a afastar. Até que chegamos à cascata. Parece minúscula e uma grande desilusão. Há uma corda ao lado dela e começamos a subir e, é aí, que começamos a ter noção do tamanho real da cascata. São muitos metros a subir por um chão escorregadio, agarrados à corda. Uma vista cada vez mais bonita. Quase no topo resolvemos descansar com os pés dentro de água, porque tomar banho e subir molhados, mais uma vez, não parece uma boa opção. E foi no meio destes pensamentos que escorreguei e me molhei toda, completamente vestida, mochila e tudo. Tive de terminar a subida completamente encharcada.


Saímos já estava a entardecer e, como tínhamos de devolver a mota, regressámos ao hostel. O hostel foi o mais giro onde ficámos. Era uma estrutura toda em madeira, com paredes de madeira a dividir os quartos e apenas com uma cortina no lugar da porta. O quarto tinha uma cama com rede mosquiteira e uma ventoinha. Foi também o sítio com funcionários mais simpáticos e prestáveis. Valeu mesmo a pena a experiência, além de ter custado cerca de 9€ a noite.



No dia seguinte escolhemos seguir pelo lado contrário (a estrada é circular), em direcção a Nuoc Mooc, um parque onde se pode tomar banho, andar de kayake e saltar de uma ponte a uns bons metros de altura, num rio de água azul, cercado de vegetação. Fiquei-me pelas primeiras duas que alturas não é muito comigo. Estivemos a manhã inteira neste parque, só os dois, o que foi fantástico.


Mais uns quilómetros de mota e fomos até outra gruta, a Paradise Cave. Para chegarmos a esta foi preciso caminhar bastante, subir ainda mais e, depois de entrar, descer até às suas profundesas. Senti-me pequenina lá dentro. E só visitei o primeiro quilómetro dos seus 34. A beleza é indescritível, só mesmo estando lá.


O resto do dia foi passado na mota a percorrer as estradas do parque e a apreciar as suas paisagens de tirar o fôlego. E claro, a desviar-nos de todas as vacas e búfalos que se encontravam no meio da estrada!


Para mim, o sítio mais bonito do Vietname. Se forem não deixem escapar!



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