Janeiro, o mês sem fim

Não sei explicar porquê mas nunca gostei muito de Janeiro. Aliás, não gosto nada de Janeiro. E não há nenhuma razão específica para não gostar deste mês, é simplesmente um ódio de estimação desde que me lembro.

Talvez por ser o primeiro mês do ano e, aparentemente representar o início de um novo ciclo, mas na realidade ser apenas mais um mês. Um mês longo e frio (e eu até gosto de frio). Um mês com muitos dias úteis, com muitas horas de noite. Um mês sem feriados, depois de um Dezembro com alguns dias de descanso extra. O mês que acaba com o espírito natalício e com as ruas iluminadas.

Este mês de Janeiro foi especialmente longo. Parece que o ano novo já foi há demasiado tempo. Foi um mês com muita falta de tempo para mim, muitas horas de trabalho, formação e tentativas de estudo. Foi um mês monótono em que, olhando para trás, só vejo: acordar, ir para o trabalho, ir para o outro trabalho, arranjar uma desculpa para não ir ao ginásio, ir para casa, dormir; repetir sequência no dia seguinte. Por mais que quisesse escrever, não tinha nada de interessante para contar ou sobre o que reflectir.

Na verdade, acho que este mês foi demasiado longo por um motivo muito simples, a minha cabeça já está no Vietname desde que ele começou. Aquela sensação de "está quase" tornou o mês ainda mais longo do que um Janeiro normal. Na verdade, o Fevereiro também está a ser demorado (sim, só passaram 3 dias). Ainda faltam 8 dias úteis para chegar o dia da partida e neste momento parecem-me 8 longos dias úteis. Estou cansada do trabalho e a precisar de me afastar uns tempos, mesmo que seja só por 2 semanas e meia.

Estou tão ansiosa e com tantas expectativas para esta viagem. A realização de mais um sonho e só peço uma coisa: Vietname não me desiludas! Eu sei que não me vai desiludir até porque, pela primeira vez, vamos viajar ao sabor do vento. Vamos marcar apenas as primeiras duas noites e, a partir daí, iremos onde o país nos levar.

Está quase... como eu odeio esta expressão!