top of page

Agora sim, o 5º campismo

Eu sei que ando muito desaparecida daqui e tenho os Açores em falta, mas desta vez vou escrever em primeira mão sobre o 5º campismo do nosso desafio.


Confesso que estive até à última a achar que nós, na verdade, não íamos. Mas fomos. O P. acordou ontem cheio de energia e vontade de ir e ignorou toda a minha inércia. Eu sei que a enorme vontade dele ir tinha somente a ver com ter comprado uma tenda nova no dia anterior.


A nossa estava velhinha e não aguentava chuva e ele andava há imenso tempo à procura de tendas no olx. Na 6ª finalmente comprou a tenda. Confesso que não me apetecia nada ter gasto o dinheiro mas ontem à noite agradeci muito.


Lá saímos por volta das 12.00 em direcção ao parque de campismo do Maranhão. A meio tivemos de fazer um desvio porque a estrada estava cortada e acabámos algures no Alentejo, no meio do nada, numa estrada de terra, cheios de fome. Parámos na primeira terra que vimos e almoçámos umas belas migas alentejanas, de lamber o prato.


Seguimos até ao Maranhão e, assim que chegámos, percebi que, sem saber, já tinha estado exactamente naquele sítio. O parque é muito giro, tem uma vista sobre a albufeira. O sol já estava a baixar e a reflectir na água o que tornou o cenário ainda mais bonito.


Montámos a nossa nova tenda, que apesar de dar algum trabalho é bastante mais confortável. Além de um quarto muito maior, tem um avançado onde cabemos de pé e tem espaço para pôr a mesa e cozinharmos lá dentro. Quando acabámos fomos dar uma voltinha a pé pela vila, já com o sol a pôr-se e um céu vermelho fogo a incendiar toda a paisagem à volta.


Quando escureceu de vez, fomos às compras e voltámos para a tenda. Eram 18.00. Não tínhamos nada para fazer. Acabei por dormir um pouco antes de jantar, mas jantámos antes das 20.00. (Também temos um fogão novo que nos deixa cozinhar sem termos de segurar o tacho). Água gelada para lavar a loiça e, de volta à tenda, vestir as várias peças de roupa polares para a noite e chá quentinho para aquecer as mãos. 21.30 estávamos deitados. O P., que não tinha dormido antes, adormeceu rapidamente mas sempre a assoar-se, cada vez mais doente. Eu fiquei mal disposta e ainda tive de sair da tenda para ir à casa de banho vomitar. Com o esforço fiquei com uma dor de cabeça enorme e sem sono. Fiquei a ler até 23.30 e lá acabei por adormecer. Mas o saco de cama tinha o fecho estragado e sempre que me virava ficava com uma parte do corpo de fora. Virei-me muitas vezes, acordei muitas vezes. Sempre com a cabeça a doer. Sonhei muito. Sonhei que já estava em casa e estava contente de já ter acabado o campismo. Apeteceu-me acordar o P. e vir para casa. Mas lá fui dormindo aos bocados até as 7.50. Acordei com dor de cabeça, com dor de garganta. O P. também.


Banho nem tentámos. Tinha pensado no dia antes ainda conhecer alguma coisa ali à volta mas hoje de manhã só queria voltar para casa. Tomámos o pequeno almoço e arrumámos tudo. Eram 9.20 já estávamos a caminho de casa, cada um pior que o outro. Ainda dormi no carro.


Chegamos a casa fomos directos à banheira e enfiámo-nos na cama. Lembro-me de dizer antes de adormecer: P., vamos desistir deste desafio até Abril, por favor.


Acordámos para almoçar ainda com dores e a tarde foi passada no sofá a ver filmes de mantinha, a sentirmo-nos doentes.


Em Janeiro espero já me ter esquecido de tudo isto, porque agora apetece-me voltar a dizer, vamos desistir disto até Janeiro, foi demasiado difícil. Mas nada como as dificuldades para tornarem o nosso amor mais forte!


bottom of page