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As Gili do pôr do sol e das tartarugas

Lombok não estava nos planos iniciais quando pensámos na viagem. Mas depois de vermos as fotos dos nossos amigos que lá estiveram passou rapidamente a estar e a ocupar metade do tempo da viagem.


Começámos por umas pequenas ilhas, as Gili. Estas foram-nos "vendidas" pelos nossos amigos como o paraíso na Terra. O que é normal depois de ter sido este o local que ele escolheu para o pedido de casamento. A visita deles a estas ilhas foi feita sobretudo com os olhos do coração, e, nestes momentos, tudo à nossa volta se torna mágico. Bem sei disso. Mas tínhamos tanta expectativa em relação a estas ilhas que queríamos terminar a nossa viagem lá. Por uma questão de logística não foi possível e acabaram por ser o primeiro local de Lombok que conhecemos. Ainda bem. Quando se conhecem as Gili com os olhos da realidade não são assim tão fantásticas. Nós conhecemos 2 das 3 ilhas, a maior e a mais pequena, a T e a Meno. Mesmo a maior é bastante pequena. Dá para dar a volta completa a pé em cerca de 2 horas e meia e a mais pequena numa hora e meia. Não há veículos motorizados, só carroças movidas a cavalo e bicicleta. Também não há regras de trânsito, cada um conduz do lado que bem lhe apetece. O mar, esse sim, é de um azul deslumbrante. Assim que chegámos, o barco deixou-nos directamente na praia. Saímos do barco depois de uma manhã inteira em autocarro e barco sem ar condicionado e só queríamos ficar logo ali na praia. Mas como tínhamos as malas fomos primeiro ao hotel deixá-las. E foi aqui que nos deparámos com a realidade da ilha fora da marginal: as ruas são de terra algumas têm restos de alcatrão/empedrado mas cheias de buracos. Há lixo por todo o lado, muito lixo, muitas obras. Chegados ao hotel a realidade melhorou, mais uma casinha de madeira engraçada, embora não tanto como a anterior. No hotel as pessoas continuam a ser simpáticas, mas menos sorridentes.


No hotel perguntámos o preço das bicicletas e disseram-nos que era o mesmo que das motos em Bali, mas como no hotel costumava ser sempre mais caro resolvemos almoçar e procurar na rua. A comida era ainda mais barata que em Bali e era boa. Um ponto para as Gili que até aí, tirando o mar não estavam muito bem cotadas. Fomos ás bicicletas e, apesar de muito esforço de negociação não conseguimos baixar os preços. Lá pegámos nas bicicletas e resolvemos seguir a marginal que dava a volta completa à ilha. Seguimos para o Norte onde estivemos um pouco na praia e descobrimos um novo conceito: espreguiçadeiras e chapéu incluídos no consumo, mesmo de uma simples bebida. Novo ponto para as Gili. Depois seguimos o passeio da volta à ilha. Novo problema: a rua deixa de existir e tivemos de passar com as bicicletas pela areia, depois por pedregulhos e por fim num muro meio destruído, estreito, enquanto nos cruzávamos com pessoas em sentido contrário. Depois voltámos à estrada, às vezes impossível de ir na bicicleta pela quantidade de areia. Mas valeu tudo a pena. O lado esquerdo da ilha é conhecido pelo pôr do sol. Como não faltava muito ficámos lá num bar de praia à espera. É maravilhoso, o pôr de sol mais bonito que já vi, sem dúvida o ponto alto das Gili. A maré estava bastante vazia, tão vazia que as ondas ficavam atrás da barreira de coral e isso fazia com que o mar parecesse um lago sem movimento, provocando um efeito de espelho. À medida que o sol se ia pondo, o laranja ia reflectindo no mar e criava uma imagem fantástica. Até que o sol desapareceu. E por incrível que pareça, ainda se tornou tudo mais mágico. O céu, já a escurecer, ficou raiado de vermelho e laranja, tudo isto com um enorme espelho de água a aumentar ainda mais a enormidade de todo aquele pôr do sol. Mais uma vez senti: que sortuda que eu sou!


A volta ao hotel foi uma pequena aventura. As ruas do interior da ilha são quase desertas e sem qualquer iluminação. As bicicletas não tinham luz e nós apenas uma lanterna e os telemóveis. Mas conseguimos, é o que importa.


O dia seguinte foi para conhecer o resto da ilha e ver mais um pôr do sol, embora menos majestoso porque estava um pouco encoberto. No dia seguinte trocámos de ilha, para a mais pequena. Era muito semelhante mas ainda mais pobre e com menos turistas. O mais giro das ilhas é sem dúvida o mar e por isso aproveitámos para um passeio de barco com snorkeling para ver tartarugas, muito comuns naquelas águas, peixes e corais. Vimos umas 3 ou 4 tartarugas bastante ao longe, muitos tipos de peixe que nunca tínhamos visto antes e as cores dos corais são realmente incríveis. Foi muito bom e conseguiu compensar o facto de nos terem enganado no tempo de viagem, que era suposto serem duas horas e foi só uma. Aqui as pessoas já não eram tão puras como em Bali, via-se que já se tentavam aproveitar dos turistas. Mas nada de muito grave nem que estrague as boas experiências.


No final, o balanço das Gili foi positivo, embora não tenha correspondido totalmente às expectativas.


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